Quando escolhemos habilitar para adoção, refletimos ainda mais, que ninguém nasce mãe ou pai. É caminho de aprendizado, de amor, acolhimento, mudanças, etc. Não é pq vc teve um bebê que vc irá exercer a maternidade e a paternidade, que irá amá-lo e reconhecê-lo como filho. O excesso de romantização faz com que filhos sejam excessivamente idealizados. A paternidade e maternidade também. Muito se sonha com as fotos da barriga, com o primeiro passo, primeira palavra, festinhas, e tudo bem, mas pouco se pensa sobre as madrugadas de choro, sobre problemas de saúde, sobre saúde mental, dificuldades de aprendizado, sobre respeitar e amar um serzinho que será único e pode ser totalmente diferente de vc. Muitos se chocam com as notícias que surgem na mídia de crianças que acabaram morrendo por maus tratos, que foram abusadas. E acreditam que aquilo aconteceu pq aquelas pessoas eram “monstros”. Bemmm é mais fácil - eu entendo - pensar assim. Achar que a violência está no outro e nem o considerar humano, afastar de nós. Entretanto, não é a solução e nem a realidade. A realidade é dura. Pessoas da família e próximas são as responsáveis por violência e abusos. Quando vemos uma notícia dessa pensamos que horror, logo o julgamento vem, mas tambémmmmm era isso ou aquilo – procuramos algo que justifique ter acontecido naquela família, em vez de enxergar a violência que existe em nós e na nossa própria família. Gostaria de chamar atenção que também deveria chocar saber que muitos ainda acham que bater é educar. E esses acham que tem o controle do peso de suas mãos e da dos outros. Não entendem que a violência começa em uma palmada, em palavras horríveis destinadas às crianças. Muito se fala em honrar pai e mãe, mas e honrar os filhos? Já pensou que se diz ao filho, enquanto ele cresce, que o ama e que ele é a sua vida e bate nele, humilha, grita, xinga, ... Vc está ensinando que o amor é isso? Em uma dinâmica de grupo de adoção, aprendi com a psicóloga que não existe mãe, pai ou filho perfeito. Existe, mãe, pai e filho possível. Desejamos um mundo com menos violência não é mesmo? Não seria melhor começarmos pela nossa casa? Pela nossa educação? Vamos refletir...
Para mim nenhum ensinamento é mais importante que o afeto - Babi Passeri
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